quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mais um fato perturbador da minha mente bagunçada...



Que tive vontade de compartilhar com vocês.


Olha, não foi um grande acontecimento, relevante a nível mundial, mas me deixou fascinado tanto quanto abalado...

A mãe de meu amigo é obstetra no hospital da cidade... Ok, fui até lá encontrar meu amigo pra sair e tomar umas cocas, depois do primeiro e exaustivo dia de aula, quando, na frente da sala da Dra., há uma mulher chorando...

Fico me perguntando o que houve com a mulher... Quando o filho da Dra., o meu amigo chega ao meu lado e diz: "Bebê com má formação congênita."


Aquilo foi um baque... Na hora lembrei do prezado Sr. Kurdt Kobain e seus desenhos de fetos retorcidos e recém-nascidos deformados que fazia nos cadernos escolares, e mais tarde retratou esses caprichos em telas e quadros... e na hora me afundei em pensamentos que eu nunca poderia imaginar que viriam a minha cabeça...

O quão bizarro e o quão frustrante era aquela situação... Uma falha no projeto da vida? Um ato falho da grande, perfeita e sagaz Natureza?

E o quão sortuda era aquela criança, ao mesmo tempo... Tantos no mundo que se vêem presos num mar de mesmice, querendo se libertar, mas percebem que são só mais um, e acabam se sufocando...

Volto a citar o exemplo do finado Kurdt Kobain... Ele via necessidade de ser diferente, ele queria ser diferente, gostava de se imaginar diferente...

Ele pagaria qualquer preço pra olhar no horizonte e poder ser sincero consigo mesmo dizendo: "Bando de otários afogados em mesmices e futilidades. Não sou assim, EU SOU diferente"... Mas acabou como só 'mais um dentre tantos'.


O que doentes como Kurdt mais almejavam e tanto desejavam, estava naquela criança, internada na sala ao lado. Ela, literalmente, teve a chance de ser diferente. Nada é gratuito, lógico, ela vai ter de saber enfrentar preconceitos.

Também não defendo a ideia de que é legal ter três dedos em cara mão e uma orelha mais alta do que a outra... Só fiquei filosofando e cheguei a conclusão de que...


1 - Humanos são otários.

2 - A Natureza é uma senhora que é irônica DEMAIS.

3 - Tenho sorte de poder pensar desse jeito único. Único e diferente. Eu sou diferente... Aqui, dentro dos portões de meu inferno, da minha fortaleza impenetrável de pensamentos. Ou nem tanto assim.

4 – É delicioso interpretar o que doentes como o vocalista/guitarrista da minha banda do coração pensava e moldar isso pra poder encaixar em situações do dia-a-dia; obtendo assim, sozinho, diversos pontos de vista sobre a situação. Realmente incrível.


Podem me questionar à vontade sobre. Estou sedento pra debater essa bagaça.


Questionem também se um dos trechos não ficou transparente o suficiente para que você possa interpretar, esclarecerei com todo o amor e carinho do mundo.

5 comentários:

  1. pior ver q do alto do conhecimento científico q a humanidade possui, nda ainda pode ser feito com a própria natureza....fico animado por saber q algumas ma formações tem reabilitação....Lembro d um primo meu q teve ma formação, felizmente , nda além de uma mão...

    A má formação congênita, física é terrivel, mas será pior q a formação congenita perfeita e um cérebro nao usado, treinado, ou seja alienado?

    me solidariso a familia da criança totalmente, certamente mto amor e carinho serão necessários e sei q haverá

    Dan

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  2. Tive a felicidade de ler este texto um pouco antes de ser postado. E realmente é interessante.

    Ser diferente, da maneira proposta no texto, é, retundantemente, ser diferente. Também não defendo a idéia de que deve ser legal ter má formação congênita, mas ser igual não é bom.

    Eu defendo a idéia de: seja diferente. Só isso. Quer dizer, tudo isso.

    Parabéns, Erick.

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  3. Emocionante!

    Embora pode ser frustrante ou coisa do tipo ser diferente fisicamente, ser completamente normal não é legal.
    Também me imagino diferente.
    O diferente é ter seu estilo próprio de pensar e agir e não ligar para o que os outros pensam.


    Ótimo post, parabéns!

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  4. O normal depende muito do ponto de vista... :/

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  5. Concordo com o João. O normal depende EXCLUSIVAMENTE do ponto de vista.
    Eu também me considero diferente... ora, não é isso que o rock prega? A individualidade ao invés das culturas de massa?

    Do meu ponto de vista, nós todos aqui, inclusive o autor do post, somos parecidos de uma certa maneira... parecidos, semelhantes, não iguais.

    Cada um aqui tem seu universo particular.
    Ou como o Erick disse: "...Eu sou diferente... Aqui, dentro dos portões de meu inferno, da minha fortaleza impenetrável de pensamentos..."

    Não somos iguais porque não gostamos disso, não queremos isso. Nunca.

    Eu me sinto plenamente lisonjeado em discutir esse tipo de assunto com vocês. Eu estava absolutamente louco para encontrar pessoas diferentes nesta vida, pessoas que queiram sair da mesmice. É muito gratificante.

    Obrigado, erick. Post maravilhoso (sem ironia alguma).

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